Influências árabes e a formação urbana em Portugal e Espanha
Descrição
Antonio Risério discorre sobre as influências árabes no campo cultural, linguístico e urbanístico, em decorrência dos anos de dominação islâmica em Portugal. Em seguida fala sobre as diferenças urbanistas entre as cidades portuguesas e castelhanas. No final, ele comenta que Portugal e Espanha tinham projetos para a América de construção de cidades racionais, no entanto ele diz que em um vingou e no outro não.
No ano de 711 DC, exércitos árabes atravessaram o mar pelo Estreito de Gibraltar, que separa a África da Península Ibérica. Dominaram as terras antes ocupadas pelos suevos e visigodos e que abrigavam um mosaico de culturas. Ali, garantindo a liberdade de culto e de posses, criaram um ambiente de tolerância, em que árabes, cristãos e judeus conviveram por vários séculos. Na península, falava-se o romance, língua derivada do latim vulgar que logo foi fortemente influenciada pela força da língua e da cultura árabes, fundamentais na formação do que viria a ser o idioma português. A palavra “Gibraltar”, por exemplo, vem do árabe geb-al-Tárik, o Cabo de Tárik, nome de um dos generais que comandou a invasão. Talvez tenha sido a primeira palavra de origem árabe dentre as milhares usadas até hoje na língua portuguesa. [Arabescos e azulejos com desenhos florais e geométricos no interior da mesquita de La Alhambra, Espanha. De formas quase sempre abstratas, a arte islâmica, por motivos essencialmente religiosos, raramente apresenta figuras humanas ou animais.]
Para a reabertura do Museu da Língua Portuguesa, após o período de reforma decorrente do incêndio, a Exposição de Longa Duração foi revisitada, evidenciando a necessidade de incorporar novos itens expositivos. Nesse processo, foi realizada uma curadoria criteriosa para a seleção dos elementos que enriqueceriam a mostra, incluindo a produção de vídeo sobre "O urbanismo islâmico; Cidades portuguesas e cidades castelhanas". A cessão de direitos desse material foi intermediada pela Fundação Roberto Marinho e pertence ao Museu da Língua Portuguesa.