Mapa manuscrito da região da Guiné, na costa oeste da África, produzido por Fernão Vaz Dourado em 1576. A composição segue o estilo dos atlas náuticos portugueses do século XVI, com ênfase simbólica e funcional. A costa é representada com portos e acidentes geográficos nomeados, acompanhados de bandeiras e brasões portugueses, além de um forte no canto inferior, indicando pontos estratégicos de ocupação e controle.
Elementos como rosas dos ventos, linhas de rumo e decoração em ouro e cores vivas enriquecem a estética e o valor simbólico do documento, típico das produções de Dourado.
Fernão Vaz Dourado foi um dos principais cartógrafos do século XVI português. Trabalhando principalmente em Goa, no então Estado Português da Índia, produziu atlas manuscritos iluminados que hoje são considerados obras-primas da cartografia renascentista.
Este mapa da Guiné insere-se no contexto da ocupação portuguesa da costa africana desde o século XV. A região era estratégica para o comércio de ouro, marfim e posteriormente pessoas escravizadas, além de funcionar como escala nas rotas para a Índia. O uso de brasões e a representação de fortalezas é típico da cartografia imperial portuguesa, que misturava conhecimento geográfico, diplomacia e afirmação de soberania.
A planta foi incorporada ao acervo como parte do conjunto de itens iconográficos para a experiência "Português do Brasil", concebida para a reabertura do museu em 2021.