O vídeo apresenta a reprodução de trechos do documento histórico intitulado Diretório dos Índios, promulgado em 1758, durante o governo do Marquês de Pombal. O conteúdo é composto pela leitura e exibição de excertos originais do texto legal, que estabeleceu diretrizes para a administração das aldeias indígenas no Brasil colonial.
O documento reflete a política pombalina de assimilação cultural, com foco na substituição das línguas indígenas pela língua portuguesa e na reorganização da educação nas povoações indígenas. O vídeo não oferece análise ou comentário crítico, limitando-se à apresentação direta do conteúdo textual, produzido à época.
Entre os trechos reproduzidos, destacam-se passagens que condenam o uso da chamada língua geral, considerada uma “invenção abominável e diabólica” que teria mantido os indígenas em estado de sujeição. O texto determina que os Diretores das povoações devem proibir o uso das línguas nativas e da língua geral, impondo exclusivamente o uso da língua portuguesa, especialmente nas escolas. Também é estabelecida a criação de duas escolas públicas em cada povoação indígena: uma para meninos, com ensino da doutrina cristã, leitura, escrita e aritmética; e outra para meninas, que além dessas disciplinas, deveriam aprender atividades domésticas como fiar, costurar e fazer renda. Esses dispositivos evidenciam o caráter disciplinador e assimilacionista da política colonial implementada pelo Diretório.
O vídeo foi produzido para compor a exposição principal do Museu da Língua Portuguesa, contudo o documento original - O Diretório dos Índios - foi elaborado em um momento de profundas transformações no Império Português, durante o governo do rei D. José I e sob a liderança do Marquês de Pombal, seu ministro mais influente. No contexto do século XVIII, marcado pelo Iluminismo e pelas reformas administrativas conhecidas como reformas pombalinas, o Estado português buscava centralizar o poder, modernizar a administração colonial e aumentar o controle sobre os territórios ultramarinos.