Imagem de objeto de culto religioso cristão com inscrições e decoração de estilo árabe ou moçárabe. O cálice pertencente à Igreja de Refojos de Basto, Braga.
A população da Península Ibérica sob o domínio muçulmano era muito heterogênea. Todos gozavam de liberdade de culto, mas tinham de se submeter ao pagamento de tributos e às regras comerciais estabelecidas pelos árabes. Além dos árabes seguidores de Alá e de Maomé, havia cristãos e judeus, que preservaram seus próprios ritos e preceitos. Os cristãos eram chamados de “moçárabes”: falavam o romance nas relações familiares, mas adotaram o árabe e o modo de vida muçulmano nas relações comerciais. Depois da reconquista da península pelos cristãos, os árabes que permaneceram ficaram conhecidos como “mudéjares” ou “mouros de pazes”. A convivência e a tolerância religiosa permitiram a persistência da fé cristã durante o domínio árabe na Península Ibérica.
Para a reabertura do Museu da Língua Portuguesa, após o período de reforma decorrente do incêndio, a Exposição de Longa Duração foi revisitada, evidenciando a necessidade de incorporar novos itens expositivos. Nesse processo, foi realizada uma curadoria criteriosa para a seleção dos elementos que enriqueceriam a mostra, incluindo a imagem do "Cálice moçárabe". Os direitos de uso da imagem já estão em domínio público e a fonte da imagem é o Museu Nacional de Machado de Castro.