Descrição
A estrutura de recepção e acolhimento da exposição itinerante baseou-se em um conjunto com forte apelo visual, formado por uma tenda/cobertura e por contêineres. Esses abrigaram projeções de breves textos literários – como já ocorria na Praça da Língua, no Museu da Língua Portuguesa – especialmente selecionados para essa itinerância.
Em um ambiente imersivo, três frases deram início à viagem pela história da língua portuguesa: “Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma”, de Fernando Pessoa; “Penetra surdamente no reino das palavras”, de Carlos Drummond de Andrade; e “Como é que chama o nome disso”, de Arnaldo Antunes. Essas frases foram interpretadas pelos atores Paulo Betting, Julia Lemmertz e Deborah Evelyn, enquanto painéis de LED vermelho reproduziam os trechos ouvidos.
Em cada cidade, a exposição foi instalada em um espaço cultural apropriado, onde o percurso se desdobrou em seis áreas expositivas. A visita começava com uma grande escultura de caixas, que apresentava o Museu da Língua Portuguesa, e seguia para o ‘desembarque’, composto por um painel gráfico com as origens da língua e um vídeo/animação sobre as conquistas e a expansão ultramarina de Portugal até o ano de 1500 – quando se deu o descobrimento do Brasil. Essa seção incluía ainda um terminal multimídia no qual o visitante podia escutar os diversos sotaques do português falado ao redor do mundo.
A terceira área expositiva reproduzia parte da consagrada Linha do Tempo do Museu da Língua Portuguesa, com a evolução do idioma no Brasil até os dias atuais. Na sequência, os visitantes acessavam terminais com telas touch-screen que apresentavam a relação do português com outros idiomas, como as línguas indígenas, africanas e as influências dos imigrantes europeus no território brasileiro.
O percurso se encerrava com um painel em forma de quebra-cabeça que apresentava um vídeo baseado em dez entrevistas especiais. Esse material permitia confrontar e até sugerir um diálogo entre cinco cidades paulistas, ressaltando as particularidades linguísticas de cada região. A parada final da exposição destacava, por meio de projeções, a presença diversa da língua portuguesa no cotidiano do brasileiro – até mesmo em sonhos – com a apresentação de dois vídeos, Culinária e Danças, também integrantes da estrutura da Grande Galeria do Museu, na Estação da Luz.