A planta apresenta, ao centro, uma construção fortificada identificada por Libédia. Ao redor da estrutura, aparecem cinco figuras montadas em camelos ou dromedários, representando homens árabes, possivelmente habitantes da região ou povos com os quais os portugueses mantinham contato. No canto superior esquerdo da imagem, observam-se algumas habitações isoladas. A iconografia é atribuída a António Bocarro, e integra o conjunto do "Livro das Plantas de todas as Fortalezas", produzido no século XVII, com o intuito de registrar as construções militares e pontos estratégicos do Império Português no continente africano e em regiões islâmicas do entorno.
A planta de Libédia integra a produção de António Bocarro, realizada no século XVII como parte de um levantamento visual das posições fortificadas do Império Português no ultramar. Localizada em território de influência árabe ou próximo a rotas comerciais islâmicas, Libédia era um ponto estratégico de contato entre culturas e religiões distintas. A representação dos árabes montados em camelos reforça esse aspecto do intercâmbio, dominação e vigilância territorial por parte dos portugueses. O documento tem função militar, política e simbólica, compondo o conjunto visual exposto no módulo sobre a expansão portuguesa por mares e territórios estrangeiros.
A planta foi incorporada ao acervo como parte do conjunto de itens iconográficos para a experiência "Português do Brasil", concebida para a reabertura do museu em 2021.