Imagem da planta que representa a cidade fortificada de Santomé (atual São Tomé, capital de São Tomé e Príncipe), com destaque para sua estrutura urbana planejada e protegida por muralhas, fortes, igrejas e habitações. A composição revela a organização espacial típica dos centros coloniais portugueses, onde elementos civis, militares e religiosos se articulam em uma lógica de poder e vigilância. A planta é atribuída a António Bocarro e integra o "Livro das Plantas de todas as Fortalezas, produzido no século XVII com o intuito de mapear e documentar as principais posições estratégicas e administrativas do Império Português no ultramar.
Santomé, localizada na ilha homônima no Golfo da Guiné, foi um dos mais importantes núcleos da presença portuguesa na costa africana a partir do século XV. A cidade tornou-se um entreposto fundamental para o comércio atlântico, incluindo o tráfico de pessoas que foram escravizadas, além de base para missões religiosas e ações militares. A planta de Santomé, elaborada por António Bocarro, reflete a importância estratégica da ilha como ponto de controle e de abastecimento para as rotas ultramarinas entre a África, o Brasil e a Ásia. Sua representação enfatiza tanto a força defensiva quanto a estrutura religiosa e civil do domínio colonial.
A planta foi incorporada ao acervo como parte do conjunto de itens iconográficos para a experiência "Português do Brasil", concebida para a reabertura do museu em 2021.