A gravura apresenta uma vista panorâmica da cidade de Argel, cercada por muralhas e posicionada diante do Mar Mediterrâneo. No primeiro plano, há embarcações no mar e uma figura masculina com vestimenta típica otomana. A cidade aparece densamente construída, com destaque para construções religiosas, militares e o porto. No canto inferior direito, há uma cartela com legenda em latim identificando a cidade e uma lista numerada de edifícios e pontos de interesse. A composição inclui ainda fortalezas externas, colinas cultivadas e caminhos convergindo para a cidade.
Esta imagem integra o atlas Civitates Orbis Terrarum (1572–1617), concebido por Georg Braun e ilustrado por Frans Hogenberg, uma das mais abrangentes coleções iconográficas de cidades do mundo no século XVI. Produzida a partir de relatos de viajantes, mapas e observações diretas, esta vista panorâmica representa a cidade de Argel (atual capital da Argélia), sob domínio otomano, destacando suas fortificações, o porto e o entorno natural e urbano.
Sua presença no módulo “O mar sem fim é português” oferece um contraponto visual importante: enquanto o módulo aborda a expansão marítima portuguesa entre os séculos XV e XVI — com a construção de rotas, fortificações e entrepostos ao longo da costa africana e asiática — esta imagem evidencia a complexidade geopolítica do período. Argel, como parte do norte da África, era então um importante ponto de resistência e também de negociação no avanço europeu. Sob controle otomano, a cidade representava um limite às ambições portuguesas e espanholas no Mediterrâneo ocidental.
A planta foi incorporada ao acervo como parte do conjunto de itens iconográficos para a experiência "Português do Brasil", concebida para a reabertura do museu em 2021.