Imagem da obra de Zacharias Wagener, retrata um ritual de calundu, prática religiosa de matriz africana no Brasil colonial. A cena destaca figuras em dança, expressando devoção e resistência cultural. Movimentos rituais e instrumentos musicais compõem a atmosfera do momento.
Durante os séculos da escravidão, a religiosidade e a fuga foram formas essenciais de resistência à perda de identidade imposta pelo cativeiro. Nos rituais secretos dos calundus e no isolamento estratégico dos quilombos, os escravizados buscavam preservar os valores e tradições herdados de seus antepassados. O sociólogo Roger Bastide destaca que essas práticas representavam um esforço para manter vivos os alicerces culturais africanos.
Os calundus foram os primeiros espaços de culto que deram origem ao candomblé no Brasil, conforme aponta o antropólogo Antonio Risério. Já os quilombos, inicialmente chamados de "mocambos", existiram ao longo de toda a vigência da escravidão, consolidando-se como territórios de resistência e liberdade.
[105.] - Inscrição feita manualmente na parte superior, centralizada na obra.
[104] - Inscrição feita manualmente na parte superior, no canto direito da obra.
annotationText
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acquisitionDate
01/11/2019
acquisitionMethod
Licenciamento
provenance
Fundação Roberto Marinho
acquisitionNote
Para a reabertura do Museu da Língua Portuguesa, após o período de reforma decorrente do incêndio, a Exposição de Longa Duração foi revisitada, evidenciando a necessidade de incorporar novos itens expositivos. Nesse contexto, foi realizada uma curadoria criteriosa para a seleção dos elementos que comporiam a mostra, incluindo a imagem da obra "A dança do Calundu " de Zacharias Wagenert . O licenciamento dessa imagem foi viabilizado por meio de um contrato firmado com a Fundação Roberto Marinho e Alamy Stock Photo, com prazo de direito de uso da imagem por dez anos.