Descrição
O sexto módulo da experiência "Português do Brasil", intitulado "O enfrentamento dos mundos" (1500 até os dias atuais), explora o impacto do encontro entre portugueses e povos indígenas, com ênfase nas culturas indígenas durante o período de colonização. Esse módulo apresenta vídeos com especialistas, um vídeo produzido para a exposição Nhe'ẽ Porã: Memória e Transformação, uma Tigela Tupinambá do século XVI pertencente ao acervo do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, além de fotografias artísticas e registros documentais que retratam povos e figuras indígenas, como Ailton Krenak.
Texto de apresentação do módulo:
No primeiro encontro entre indígenas e portugueses, em uma praia próxima do que hoje é Porto Seguro, na Bahia, um não pôde entender o que o outro falava. As palavras misturavam-se no ar, confusas, incompreensíveis. Os povos indígenas que viviam então na costa – de São Paulo até a foz do Tocantins, no Pará – falavam, em
sua maioria, variedades da língua tupinambá, pertencente à grande família Tupi Guarani. A unidade linguística desse vasto território fez do tupinambá a língua predominante nos contatos entre portugueses e indígenas nos séculos XVI e XVII. Seu uso generalizado pela população luso-brasileira até meados do século XVIII, do norte ao no sul da colônia, influenciou o português falado no Brasil. Vem daí sua influência no português falado no Brasil. De açaí a jabuti, de maracanã a jabuticaba, centenas de palavras que usamos até hoje foram herdadas do tupinambá. - Monain, indígena mehinaku do Xingu. Atualmente, mais de 160 línguas são faladas pelos povos indígenas no Brasil. No entanto, antes da chegada dos portugueses, estima-se que esse número fosse próximo de mil.