Conhecido como Padre Perereca devido à baixa estatura, corpo franzino e olhos saltados, Luís Gonçalves dos Santos foi um importante cronista da Corte Joanina no Brasil Imperial. Recebeu sólida formação em retórica, filosofia, grego, latim e línguas modernas, além de hebraico. Ordenou-se aos 27 anos e atuou como educador e cônego da Capela Imperial.

Destacou-se por seu envolvimento político durante o processo de independência do Brasil, publicando artigos separatistas no jornal Reverbero. Sua produção intelectual é vasta, abrangendo temas religiosos, políticos, traduções e até comédia.

Sua principal obra, "Memórias para Servir à História do Reino do Brasil", registra com riqueza de detalhes o cotidiano político, administrativo, eclesiástico e social do Rio de Janeiro entre 1608 e 1821. Dividida em três "épocas" — da felicidade, da honra e da glória —, a obra é marcada por um tom laudatório, mas oferece descrições precisas e valiosas, especialmente sobre a chegada da Família Real Portuguesa e o governo de Dom João VI.