Primeiro autor estrangeiro homenageado com uma exposição no Museu da Língua Portuguesa, Fernando Pessoa foi celebrado como o mais brasileiro dos poetas portugueses. Concebida pela Fundação Roberto Marinho, com curadoria de Carlos Felipe Moisés e Richard Zenith e projeto cenográfico de Hélio Eichbauer, a mostra propôs uma imersão sensível e inovadora no universo múltiplo do autor da célebre frase: “Minha pátria é a língua portuguesa”.
A exposição partiu da vastidão da obra de Pessoa — marcada pela criação de heterônimos como Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares — para apresentar ao público um poeta que, ao mesmo tempo em que multiplicava vozes, expandia os limites da escrita e da identidade. Após sua morte, em 1935, deixou uma arca repleta de manuscritos e datiloscritos inéditos, cuja revelação ao longo do século XX revelou um dos mais complexos e ricos legados da literatura em língua portuguesa.
Fernando Pessoa, plural como o Universo reuniu poesia, filosofia e fragmentos do cotidiano do autor em uma narrativa expositiva que combinou documentos originais, tecnologia, interatividade e recursos multimídia. O visitante foi convidado a adentrar o universo fascinante de Pessoa e seus heterônimos, experimentando a multiplicidade de olhares, vozes e estilos que tornam sua obra singular. A exposição destacou o caráter atemporal e universal de sua produção, revelando um artista profundamente moderno, cuja escrita ultrapassa fronteiras geográficas e temporais.