Descrição
Retrato do navegador português e segundo Vice-Rei da Índia Portuguesa, Afonso de Albuquerque. Apresentado de corpo inteiro, há uma breve identificação do personagem nos cantos superior e inferior da pintura.
Contexto de produção
O retrato integra uma tradição visual desenvolvida na segunda metade do século XVI, quando o reino de Portugal buscava afirmar seu poder ultramarino e perpetuar a memória de seus “Heróis do Oriente”. Afonso de Albuquerque (c. 1453–1515) foi figura chave na instalação do império português no Oceano Índico, com conquistas como Goa (1510), Malaca (1511) e Ormuz (1515). Após sua morte, sua imagem passou a ser exaltada não apenas em relatos escritos (como as Cartas de Afonso de Albuquerque, publicadas em 1576), mas também por meio da pintura e gravura.
A datação da obra entre 1555 e 1580 coincide com o reinado de D. João III e a crise de sucessão que levou à união dinástica com a Espanha em 1580. Nesse contexto, a construção de uma memória nacional gloriosa era central para reforçar a identidade portuguesa, e figuras como Albuquerque eram mobilizadas como símbolos da grandeza do império lusitano.
Motivo da Entrada
Item incorporado ao acervo para compor a nova Exposição de Longa Duração do Museu da Língua Portuguesa, reformulada após o incêndio de 2015. A imagem integra o núcleo de representação dos administradores coloniais e da difusão da língua portuguesa no Oriente, como parte do processo histórico da expansão marítima.