Este mapa manuscrito representa a região do Oriente Asiático, abrangendo territórios como Bengala, partes do atual Myanmar, Tailândia, Vietnã e Camboja, revelando o conhecimento geográfico português sobre o Sudeste Asiático no século XVI. A composição é marcada por diversas bandeiras e brasões portugueses, sugerindo pontos de contato, presença ou domínio simbólico.
A carta segue os padrões da cartografia náutica portuguesa da época, com uso de rosas dos ventos, linhas de rumo e iconografia heráldica. As ilustrações de fortalezas, navios e detalhes costeiros reforçam o caráter militar e comercial da expansão portuguesa na região.
Fernão Vaz Dourado, ativo entre 1568 e 1586, é um dos principais nomes da cartografia portuguesa renascentista. Trabalhando em Goa, centro político-administrativo do Império Português no Oriente, produziu mapas manuscritos de alta precisão e forte valor simbólico.
O mapa reflete a crescente presença portuguesa no sudeste asiático a partir do século XVI, após a consolidação da rota do Cabo. Regiões como Bengala, o Golfo de Tonquim, o Camboja e o Sião (Tailândia) passaram a integrar as redes comerciais portuguesas voltadas ao comércio de especiarias, tecidos e porcelanas. Embora nem todas tenham sido conquistadas ou ocupadas, a presença de brasões e bandeiras aponta para uma tentativa de projeção de poder e controle da rota marítima.
A planta foi incorporada ao acervo como parte do conjunto de itens iconográficos para a experiência "Português do Brasil", concebida para a reabertura do museu em 2021.