Identificação do documento/obra

Tipo documental
Incorporação Anterior
RFF 507 SP-I
Código de Inventário
pobr_tri_06_01
Título
Tigela Tupinambá
Titulo atribuído?
Descrição
A Tigela Tupinambá é uma peça arqueológica tridimensional, produzida em cerâmica modelada e pintada, datada aproximadamente do ano 1500. De formato ovalado, apresenta bordas espessas e arredondadas, com superfície interna decorada por padrões geométricos em relevo, compostos por linhas entrelaçadas. A coloração predominante é clara, com variações entre tons de bege e marrom claro. A peça apresenta rachaduras visíveis, além de abrasões, fissuras e perda de policromia, indicando desgaste ao longo do tempo. Há também indícios de intervenções anteriores, possivelmente relacionadas a processos de restauração. A peça é atribuída à subtradição Tupinambá da Amazônia, grupo pertencente ao tronco linguístico Tupi-Guarani, que ocupava territórios ao longo do litoral atlântico e também áreas do atual estado do Pará, especialmente nas margens dos rios Tocantins, Xingu e Amazonas. A produção cerâmica entre esses grupos fazia parte de um sistema técnico e simbólico complexo, com peças utilizadas tanto em atividades cotidianas — como o preparo e armazenamento de alimentos — quanto em contextos cerimoniais e funerários. A tigela reflete esse conhecimento técnico e cultural, transmitido por meio de práticas coletivas. Originalmente vinculada à Fundação Casa de Cultura de Marabá, no estado do Pará, a tigela integra atualmente o acervo do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP). Encontra-se em regime de comodato com o Museu da Língua Portuguesa, onde está sob guarda temporária.

Características

Suporte/Material
CerâmicaMaterial
Largura (cm)
37
Altura (cm)
26
Profundidade (cm)
9,5

Contexto de produção

Local de Produção
Contexto de produção
A produção da Tigela Tupinambá remonta ao período pré-colonial, por volta do ano 1500, quando grupos indígenas ocupavam amplamente o território que hoje corresponde ao Brasil. Embora o contato europeu tenha se iniciado no litoral nesse mesmo ano, a presença de colonizadores na região amazônica só se estabeleceria de forma mais sistemática a partir do século XVII. Assim, a peça foi produzida em um contexto exclusivamente indígena, anterior à influência externa. A cerâmica arqueológica associada à subtradição Tupinambá revela um sistema técnico e simbólico consolidado, com domínio de modelagem manual, aplicação de padrões decorativos e uso de formas adaptadas a diferentes funções sociais. A produção cerâmica era integrada ao cotidiano e aos rituais, refletindo modos de vida, organização social e cosmologias próprias. A tigela foi identificada em contexto arqueológico na região de Marabá, no sudeste do Pará, e posteriormente incorporada ao acervo do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP). Sua preservação e estudo contribuem para a compreensão das dinâmicas culturais da Amazônia pré-colonial e para o reconhecimento da diversidade material dos povos indígenas do Brasil.

Contexto e relações

Assets

Marcas e Inscrições

Notas sobre Marcas e Inscrições
O verso da tigela é marcado com um código a tinta
Texto da Marca
RFF 507 SP-I

Estado de conservação e restauro

Estado de conservação
Regular
Problema de conservação
Perda de suporte
Intervenções anteriores (restauro)
Perdas de pigmento generalizadas
Sujidades superficiais
Rachaduras
Laudo Técnico
LaudTigelaTupinamba_20250407_ExpLonga_CR.pdfLaudo Técnico de Conservação
Tigela_laudo_tecnico_chegada_MLP.pdfLaudo Técnico de Conservação
Tigela_laudo_tecnico_saida_MAE.pdfLaudo Técnico de Conservação

Entrada do objeto

Data de Entrada
18/01/2020
Método de Entrada
Empréstimo (Comodato)
Proveniência
Museu de Arqueologia e Etnologia da Usp (MAE-USP)
Motivo da Entrada
Entrada para compor a exposição principal do Museu da Língua Portuguesa

Relações

1500 0

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