Esse era o nome dado aos navios que faziam o tráfico de escravizados
entre África e Brasil. “Tumbeiro” vem de tumba, pois a travessia, que durava de um a
dois meses, levava à morte até um quarto dos prisioneiros embarcados. Em navios
superlotados, eles eram jogados às centenas nos porões, em condições desumanas.
A quantidade de comida era deliberadamente racionada, para evitar a resistência e
as rebeliões. Segundo relato de Johann Moritz Rugendas (1802-1858), pintor alemão
que viveu no Rio de Janeiro, os negros eram "amontoados num compartimento cuja
altura raramente ultrapassa cinco pés [1,5 metro]. Todos, principalmente nos primeiros
tempos da travessia, têm algemas nos pés e nas mãos e são presos uns aos outros
por uma comprida corrente".