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Sete Veredas: Roteiros Visuais para a Descoberta do "Grande Sertão"
Description
Após a área das “bandeiras”, o visitante era convidado a adentrar as veredas. Bia Lessa criou sete percursos distintos, número preferido de Guimarães Rosa, baseando-se em elementos centrais do romance. Cada trilha, sinalizada por desenhos coloridos no chão, levava a uma experiência sensorial diferente, sempre conectada aos trechos do livro. Em todas as instalações, Bia recorreu à tecnologia acessível e ao espírito inventivo brasileiro para criar um contraste marcante com os recursos de alta tecnologia utilizados no restante do museu. O percurso incluía: Interlocutor – O visitante subia em um mirante de entulhos, de onde só era possível ver um texto completo ao alinhar placas de acrílico repletas de sinais fragmentados. Fragmentos – Trechos do livro apareciam sobre paredes e tapetes de tijolos irregulares, desafiando o público a se mover para captar os sentidos das frases. Diabo – Em cantos escuros, frases inquietantes eram escritas às pressas sobre tapetes de terra, evocando o medo e o mistério da narrativa. Sertão – Um grande mapa de cidades reais e imaginárias ocupava uma das paredes, e o público, ao olhar por um monóculo, via imagens de metrópoles mundiais, sugerindo a universalidade do sertão rosiano. Guerra – Tábuas bordadas com lã vermelha retratavam os conflitos do romance, com palavras que pareciam escorrer como sangue, evocando o embate entre Riobaldo e Hermógenes. Diadorim – A instalação, baseada no encontro no rio entre os protagonistas, usava galões de água e projeções espelhadas, revelando trechos do livro que só podiam ser lidos com um pequeno espelho preso às laterais. Riobaldo – O módulo dedicado ao narrador foi instalado nos banheiros, onde não havia divisão entre masculino e feminino. Azulejos formavam enigmas com letras e palavras, enquanto telas nas cabines exibiam depoimentos de nomes como Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Paulo Mendes da Rocha, refletindo sobre a importância do livro.