Imagem de planta que apresenta a cidade fortificada de Macau, localizada em uma península, com acesso marítimo estratégico. A composição mostra diversas habitações, igrejas e navios ancorados próximos à costa, indicando tanto a relevância religiosa e administrativa quanto a intensa atividade portuária do território. A presença das muralhas e a organização urbana revelam a importância defensiva de Macau no contexto do comércio português com a China. Esta planta integra o "Livro das Plantas de todas as Fortalezas", atribuído a António Bocarro, cronista-mor do Estado da Índia, como parte de um esforço de mapeamento estratégico do Império Português no Oriente.
Macau, situada na costa sul da China, foi ocupada pelos portugueses em 1557 com autorização da dinastia Ming. Tornou-se um dos mais importantes portos do Império Português no Oriente, conectando as redes comerciais da Ásia com a Europa. A planta elaborada por António Bocarro representa sua função como entreposto, centro missionário e cidade fortificada. Os navios retratados próximos à costa reforçam a vocação marítima de Macau, cuja relevância perdurou mesmo após a perda de outras possessões na região. Esta representação visual servia tanto à administração militar quanto à consolidação simbólica do domínio português na Ásia.
A planta foi incorporada ao acervo como parte do conjunto de itens iconográficos para a experiência "Português do Brasil", concebida para a reabertura do museu em 2021.