Yeda Pessoa de Castro é um dos maiores nomes nos estudos de línguas africanas no Brasil, sendo pioneira nessa área. Membro da Academia de Letras da Bahia, Yeda é etnolinguista, doutora em Línguas Africanas pela Universidade Nacional do Zaire (atual República Democrática do Congo), consultora técnica na Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) na Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Pertence ao GT de Literatura Oral e Popular da ANPOLL (Associação Nacional de Pós- Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística), ao Comitê Científico Brasileiro do Projeto Rota do Escravo da UNESCO e ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do IPHAN em Línguas e Culturas Africanas. Com vários trabalhos publicados sobre as relações culturais e linguísticas Brasil-África, o conjunto de sua obra é considerado uma renovação nos estudos afrobrasileiros por redescobrir a extensão da influência banto no Brasil e introduzir a participação de falantes africanos na formação do português brasileiro. Yeda é autora, entre outros trabalhos, dos livros Falares Africanos na Bahia: um vocabulário afro-brasileiro (Academia Brasileira de Letras / Topbooks, 2001, 2.ed., 2005) e A língua mina-jeje no Brasil: um falar africano em Ouro Preto do séc. XVIII (Fundação João Pinheiro, Secretaria de Cultura de Minas Gerais, 2002, Coleção Mineiriana). Recebeu condecorações e homenagens por serviços prestados ao País na política de aproximação cultural Brasil-África de que foi pioneira, tendo sido a primeira pessoa brasileira a defender tese de pós-graduação em uma universidade africana e a única até agora em sua especialidade. Foi Professora Visitante em universidades da África e do Caribe, onde atuou também como Adida Cultural da Embaixada do Brasil em Trinidad-Tobago. Na Bahia, foi diretora do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA (listado a seguir), fundou o Museu Afro-Brasileiro em Salvador.  

Yeda Pessoa contribui como consultora técnica em Línguas Africanas desde a inauguração do Museu da Língua Portuguesa. Em setembro de 2024, visitou o Museu a convite do CRMLP, quando teve a oportunidade de conhecer a exposição temporária “Línguas africanas que fazem o Brasil”, e foi entrevistada pela equipe do Centro de Referência. A entrevista teve dois eixos principais: 1) a relação de Yeda com o MLP e sua colaboração para a reconstrução do Museu; 2) um histórico dos estudos africanistas no Brasil, no qual ela tem papel pioneiro. Esse material agora faz parte da memória institucional, bem como pode ser acessado (internamente, por ora) como fonte de pesquisa.